Sobre Crenças
Em nossa formação enquanto seres humanos somos ensinados um código de conduta desde que nascemos por nossos pais e na forma como eles interagem com mundo. Esse código é aprendido através da observação das ações, das atitudes e das reações. Os pais por sua vez aprenderam a mesma conduta com seus pais, que aprenderam com os pais deles e assim por diante.
Aprendemos com os pais como será nossa inserção na sociedade, como lidaremos com os conceitos de religião e cidadania e assim nascem nossas crenças. Por exemplo: o pai compra para o filho uma blusa do seu time de futebol e a criança usa aquela blusa já criando a imagem afetiva do time associada ao pai. Para aquela criança a blusa é somente uma blusa, porém a medida que vai crescendo, aquela imagem é associada ao afeto e estabelece a preferência do time.
Logo as crenças são o conjunto de conceitos que aprendemos através dos nossos pais e dos ambientes sociais que frequentamos que trazem esse lugar de autoridade.
Assim aprendemos crenças que podem nos impulsionar e outras que podem nos limitar.
As crenças que nos limitam vem carregadas de sentimentos de medo e culpa que associamos a elas. É como se fossem verdades absolutas que devem permanecer inquestionáveis , mesmo que para isso eu deva abrir mão da alegria de viver. Assim repetimos padrões adoecidos que aprendemos por medo de romper com esse pré conceito que foi enraizado. Pensar em sair desse padrão gera um sentimento de culpa e de falta de pertencimento a alguma estrutura de convívio social ou familiar. É como se entendêssemos que precisamos de um lugar, mesmo que ruim, pois ele nos diz quem nós somos.
Nesse cenário limitante sempre seremos definidos pela crença que carregamos e não pela liberdade.
Toda crença que diminui nossa capacidade, nossa possibilidade, nossas realizações, nosso poder de crescimento e transformação é uma crença limitadora.
Tudo que parte de dentro de nós como algo que acreditamos absolutamente e que tira nossa possibilidade de construção de mundo é uma crença limitadora. Elas afetam inclusive nossa construção de planos, sonhos e realizações como se não possuíssemos dentro de nós a capacidade para nos reinventarmos diante dos desafios.
Muitas pessoas tem a visão de que não podem desfrutar de uma série de coisas na vida como se não fossem merecedoras.
Algumas sentem culpa por não estarem trabalhando pois acreditam que só possuem valor afetivo e de aprovação se trazem resultado laboral. Sendo assim, nunca se permitem férias e mesmo se são obrigadas a tirar as férias ficam ligadas no trabalho ou não conseguem relaxar. Sentem culpa e medo de reprovação, como se fosse errado. Vivem na crença de que só terão valor se estiverem produzindo sem parar. Acreditam que só podem ter reconhecimento e afeto partindo do outro e não criam essa relação de auto reconhecimento e amor próprio. Assim são limitadas por elas mesmas de desfrutar da vida.
Seguem sempre na energia do não poder, não ser capaz.
É necessário um processo de ressignificação das crenças e de conexão consigo mesmo. Podemos quebrar o ciclo adoecido e evitar que ele se perpetue.
O cérebro humano é altamente adaptável e possui uma série de recursos que podem ser ressignificados e reaprendidos para que possamos fazer nossas escolhas baseadas na liberdade de ser.
Devemos entender que somos seres com capacidades enormes, mas que para realizarmos elas, precisamos acreditar em nosso potencial, precisamos sair da ideia de crenças baseadas em medos e culpas que limitam nossa capacidade de brilhar.
Toda escolha feita tendo o medo como pano de fundo não é uma escolha genuína, é uma manutenção da crença que limita!