Sobre a comparação

26/05/2020

Sobre a comparação

No mundo de hoje conseguimos ter acesso a muitos conteúdos da vida das pessoas que eram inimagináveis antigamente.

E muitas vezes esses conteúdos podem gerar na gente sentimentos complexos se começarmos a comparação. Podem gerar uma espécie de falta ou vazio e é muito importante entendermos isso.

Precisamos ponderar dois pontos nesse sentido:

O primeiro é que esta comparação não é com o outro. É na verdade com uma interpretação que a pessoa faz da vida do outro a partir de um pedacinho que ela viu, criando uma série de verdades sobre esse outro e colocando ele na posição de alguém melhor a partir da fantasia que foi criada, estimulada por esse pedacinho. É como idealizar uma vida e colocar ela como sendo a verdadeira.

Me lembro da história do macaco. O carro de um homem muito rico furou o pneu no meio do nada e só tinha uma casinha por perto, a uns minutos de onde ele estava. Um lugar muito simples. O homem resolveu andar até a casinha para pedir ajuda, pois não tinha um macaco para trocar o pneu. No caminho pensou que poderia oferecer uns vinte reais para a pessoa o ajudar. Pensou: bem, ele vai ver minha roupa, meu carro, melhor oferecer um pouco mais, uns trinta...

Continuou pensando: ah, mas ele vai me ajudar a trocar o pneu, andar até o carro, já é noite e está frio, vou oferecer uns 100 reais. Acho que está de bom tamanho. Não vai levar mais que meia hora.

Mas e se ele ao ver que ofereci 100 reais tentar tirar vantagem da situação? E pedir 200? Bom... 200 eu pago pela necessidade, mas nada mais. Porém ele pode ver minha necessidade e pedir mais para emprestar o macaco. Nossa... como o povo é sem solidariedade, só pensa em dinheiro. É um absurdo a falta de empatia.

E pensando assim bateu na porta da casa. Quando o moço abriu a porta, o homem, tomado por seus pensamentos fala bravo: pode ficar com seu macaco pois não quero que me ajude desse jeito!!!

Muitas vezes somos guiados por verdades que criamos sobre as pessoas.

O segundo ponto é que pegamos nossas faltas e colocamos elas como sendo também o nosso todo e deixamos de enxergar as qualidades momentaneamente. Quando a comparação é feita a partir da falta, só olhamos o que não temos ou não fazemos, como se apagasse o nosso lado de realizações.

O jeito saudável de comparação é se comparar consigo mesmo, trazendo pontos a melhorar e conseguindo enxergar as qualidades. Ao fazer isso, estamos entrando no lugar em que podemos melhorar e podemos criar uma nova realidade de realizações se assim quisermos. Comparar consigo mesmo nos traz a possibilidade de escolher caminhos a trilhar, ou melhor, caminhos a brilhar!