Sobre a ansiedade

26/05/2020

Sobre a Ansiedade

A ansiedade é conhecida como o mal do século. Segundo a organização mundial de saúde, em seu estudo em 2019, o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões, o que significa 9,3% da população.

A ansiedade de forma natural é um alerta do nosso corpo que nos ajuda em novos desafios. Pode funcionar como um sentimento de expectativa para algo que se deseja e que está próximo de acontecer, ou como uma prudência em uma situação real em que devemos estar em estado de alerta.

A ansiedade se torna um problema quando esse alerta passa a fazer parte da nossa rotina, se transformando em uma condição emocional constante. É uma inquietação interna que traz sintomas variados, como respiração ofegante, falta de ar, dores no peito, fala acelerada, tremor, entre outros.

Esses sintomas acontecem por uma condição emocional, uma forma de enxergar o mundo e esse é o ponto que precisamos ressignificar.

Nossa visão de perigo, medos e culpas nos transformam em pessoas ansiosas.

A ansiedade é o desejo de viver no futuro, de controlar esse futuro para ele ser o que quero que seja. Para que o futuro traga as certezas que eu julgo precisar no presente.

Essas certezas estão ligadas a questões mal resolvidas internas, ligadas a sentimentos de aceitação, culpa e medo.

Podemos dizer que o ansioso tem desejo de controle, por isso o querer determinar o futuro e o sentimento por trás disso é a insegurança. É como se pensasse que para ter paz, teria que ter segurança. E aí começa a criar conjecturas para garantir ela. A ansiedade passa a ser a espera da realização dessas barganhas, uma espera sofrida.

Ter segurança nos acontecimentos é impossível, a vida é imprevisível e temos que lidar com o inesperado o tempo todo. Porém o que podemos fazer é criar a auto confiança e o auto conhecimento. A ansiedade está ligada ao sentimento de não se aceitar internamente e de se punir por essa não aceitação.

Muitas pessoas na ansiedade pensam que algo terrível vai acontecer e elas irão morrer. Acham que estão tendo um infarto ou um avc por causa das dores que a ansiedade traz e da tensão muscular. A dor é sentida, mas a causa é emocional. Esse pensamento funciona como uma punição, um não merecimento à vida. É como se tivesse que perder a vida e espera que isso aconteça a qualquer momento. Uma tortura constante que funciona como castigo. A pessoa se sente culpada por não ser perfeita, por ter errado no seu ponto de vista e acha que não existe solução a não ser a punição eterna e vive na iminência desse castigo.

A busca para lidar melhor com a ansiedade deve ser um trabalho no auto perdão , auto conhecimento e na confiança interna.

O auto perdão é quando eu entendo que tenho erros e que eles fazem parte de mim assim como minhas qualidades. Assim como são todas as pessoas: erros e acertos.

O auto conhecimento é quando eu conheço meus defeitos, os aceito e passo a buscar melhorá-los. Um pouco a cada dia.

E a confiança interna é quando eu sei quais são meus defeitos, consigo encará-los de frente e sei das minhas qualidades também e consigo comemorar a existência delas na minha vida.

Então eu saio do lugar de medo da punição e entro na celebração de quem eu sou, com todas as letras, celebrando o presente e construindo dia a dia a minha história de vida.