Ser agressivo ou ser enérgico?

20/10/2020


Agressividade é uma palavra comumente confundida com destrutividade, com indivíduos violentos que destroem as coisas e pessoas por onde passam. Muitas vezes realmente pode ser essa a forma de uma pessoa lidar com seus conteúdos internos, porém existe uma forma em que essa energia pode se tornar algo construtivo.

Quando diante de uma frustração, a resposta escolhida é a atuação da agressividade, vemos vários quadros de violência nas relações, que, além de não trazerem uma solução, são extremamente desgastantes. A pessoa quando agride tira a possibilidade do outro a escutar e assim, a possibilidade de solução da questão. Ela fica remoendo na raiva e não consegue resolver. Ela escolhe nesse momento destruir ao outro e a si. O outro que recebe a violência se fecha na defesa e não escuta o que está por detrás da atuação. Sua atenção parte para o princípio da sobrevivência: estou sendo atacado e preciso de defesa. O foco é totalmente mudado, passa a ser reagir da mesma forma, como na lei da ação e reação: cabe uma reação de mesma intensidade em direção oposta. Ou seja, não funciona. Não resolve. A relação é mantida na briga e não na possibilidade.

Se por um outro lado, pegamos essa energia de agressividade e raiva e ao invés de atuar na destrutividade, colocamos ela em contato com a firmeza, começamos a ver uma solução.

A firmeza ou o ser enérgico pode funcionar como um propulsor para realizar as coisas que estão paradas e incomodam muito estarem de lado. Pode significar uma forma de sair da espera do outro em realizar algo e arregaçar as mangas criando uma nova porta de ação. Se diante do ímpeto de agredir uma pessoa a escolha passar a ser focar em como solucionar o problema, o primeiro passo será pensar em como fazer o outro entender o que traz raiva. Como fazer com que a comunicação aconteça para criar uma possível mudança. A forma de falar impacta diretamente a forma de escutar.

Ser enérgico parte para a ideia da solução em si e no outro. Para que se possa buscar por um potencial na energia agressiva de fazer diferente e criar outras saídas. Essa energia pode ser o combustível para sair da acomodação e fazer algo a mais de si mesmo.

O processo de vir a ser o melhor de si passa por entender que as condutas negativas são escolhas que fazemos a partir das emoções que sentimos e que essas emoções podem ser canalizadas de uma forma construtiva.

O problema não é a agressividade e sim a forma que eu escolho expressar ela, ela pode ser tanto violência quando combustível para realizações.