O poder opositor do espírito humano

16/09/2022


   Dentro de nós existe uma força que por muitas vezes ignoramos. À medida que vivenciamos nossas angústias e desafios temos a tendência de nos colocarmos em uma postura passiva, de vítima. Daquele que se queixa e permanece em reclamações inúmeras, sem eco, sem cor, sem fim. De não solução possível.

   Essa postura tende a ser o que aprendemos socialmente e também a mais cômoda, pois a vítima não age, não assume sua dor como algo de sua responsabilidade resolver. É só queixar e não caminhar.

   Porém existem formas diferentes de agir. Elas partem do lugar da responsabilidade de fazer algo de seu sintoma e também de seu acaso. É fato que não controlamos o que nos acontece e também é fato que isso afeta diretamente quem somos. E somos responsáveis em criar um ser a partir das vivências que escolhemos e do nosso acaso. Entender que existe uma força interna capaz de usar a criatividade para dar uma resposta a este acaso ou ao sofrimento é uma forma mais saudável de estar no mundo. Cria possibilidades ao invés de queixas.

   Viktor Frankl chama de poder opositor do espírito humano a força de resistir ao sofrimento, de dar uma outra resposta a ele, enfrentando-o de cabeça erguida, encontrando um sentido.

   Opor ao sofrimento seria uma resposta libertadora à posição de vítima trazendo a criatividade para a cena e a construção de uma resposta melhor ao imponderável.