Mudar dá medo?

A mudança sempre sugere algo do desconhecido, e o desconhecido nos traz a ideia de falta de controle. Ao mesmo tempo, é importante pensar quantas vezes nos colocamos em situações as quais conhecemos, apenas porque são conhecidas e não porque são boas?

Essas situações de suposto conforto que podem ser ruins trazem o pensamento de: " é um desconfortável mas eu suporto, porque ir para o novo me assusta já que não sei nada desse lugar".

Porém o novo pode ser um lugar maravilhoso. Assim, deixamos de ir para um lugar melhor por estamos com medo do que não se conhece.

Existe uma palavra na língua portuguesa para se encaixar nas vivências do ser humano: a coragem. Ela não é a ausência do medo, pelo contrário, é justamente por existir medo que surgiu a necessidade de inventar uma palavra para dizer do que sentimos, uma forma de viabilizar o enfrentamento do desconhecido.

O corajoso é a

Pessoa que segue em frente, levando o medo para " passear", para o confronto e para situações de possibilidades.

Se render ao medo significa nos tornarmos estátuas de nós mesmos. Podemos ficar paralisados, pela falta de algo, ou usar o recurso da criatividade. Criar atividade, mover. Jacques Lacan fala que diante da falta humana, nós podemos nos entusiasmar e criar algo com o que não somos e não temos.

Portanto, inventa-se a palavra coragem, que surge na "criar- atividade" e que, com ela, vamos além para buscar conhecer o que não se faz ideia.

Esse lugar pode nos dar liberdade, tendo em vista que nos liberta dos paradigmas anteriores e de questões que não funcionaram para nós e que muitas vezes poderiam ter nos deixado extremamente chateados se assim permanecêssemos.

A partir da criatividade colocamos o medo na rota da coragem, quase como se disséssemos a ele: " nós seguimos juntos, mas seguimos para um novo lugar, no qual podemos enxergar o mundo de outra forma".

Mudar dá medo. Que bom que existe a coragem.