Ansiedade e fé em si mesmo
Quando somos dominados pela ansiedade vivemos uma angústia muito grande como se não houvesse possibilidade de existir um futuro que fosse positivo. É sempre uma apreensão sobre qual será o resultado das ações, como se sempre fosse negativas. Ansiedade, na verdade, nada mais é do que o desejo de controlar esse futuro, pois sempre se imagina ele como negativo.
Assim temos muita ansiedade por que perdemos a fé em nós mesmos. É como se tivéssemos esquecido que podemos reagir ao inesperado e que possuímos capacidade para nos solucionar e solucionar questões em meio a crises.
Viver sem a consciência que temos essa capacidade de adaptação, de pensamento e de criatividade diante de adversidades é o que nos traz angústia sem fim, pois nos coloca sem outra alternativa de futuro que não seja a ilusão de controle.
Porém ter controle do futuro é impossível. Dessa forma ficamos em um limbo entre controle, fracasso e ansiedade.
Precisamos recuperar nossos sentidos e lembrar que a fé é que nos fará sair desse lugar de angústia. A fé em si mesmo e na capacidade humana de se reinventar diante das adversidades. Somos a espécie mais adaptada do mundo e por vezes não consideramos que isso pode ser uma grande qualidade na solução de nossas questões.
Ter fé em si mesmo é ter convicção de que mesmo não sabendo a saída para uma situação existe uma força interna que irá procurar por ela, criando alternativas e possibilidades de outros caminhos que não precisam ser sofrimento.
A ansiedade vem da falta dessa consciência e
paralisa nosso acesso à criatividade.
Ficamos como a história da mulher de Ló. Foi dito a Ló que haveria a destruição das cidades de Sodoma . Ele deveria pegar sua família e sair de lá, mas não deveria olhar para trás.
Assim foi feito. Porém a mulher de Ló, no caminho não consegue seguir e olhando para trás, se transforma em uma estátua de sal.
Fica paralisada em sua dor, em seu medo, em seu apego e não acessa o lugar interno de outras soluções e criações para o problema que vive.
O sal tem o símbolo de mantenedor das coisas. Usava-se sal no passado para conservar alimentos. O sal conserva os sentimentos de apego que não deixam a mulher de Ló seguir.
Para sair dessa paralisia da estátua de sal devemos lembrar que nossa capacidade de invenção é enorme. Nos reinventamos desde a pré história em novas formas de ser humano. Quando lembramos disso, entramos na convicção de que sempre acharemos soluções e assim acessamos a fé em nós mesmos!